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CANCIONEIRO. Sobre os sons do batuque e da marcha de pessoas

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A mobilização popular segue, com ânimo e a constatação de que junto – e cantando – iremos mais longe - Foto: Ana Keil
Toda boa luta tem seus bardos a postos no campo de batalha

O que é a musica e como você se comporta em relação a ela? No sentido geral, poderíamos dizer que é um artifício de lazer, mas no sentido restrito afirmamos que é uma ferramenta de promoção da capacidade humana de desenvolver sua própria mente.

A música pode ser ferramenta da indústria cultural, para padronizar e massificar o consumo, fica a questão, quanto de dinheiro é necessário para promover uma carreira de sucesso?

No entanto, esta coluna se reserva a pautar músicas de sentido, aquelas que podem de alguma forma proporcionar um estado agradável de reflexão.

Vamos retomar com uma reflexão mais concreta. Na segunda semana de agosto, houve uma marcha popular das comunidades de ocupações da Região do Tatuquara que levou mais de mil pessoas para audiência com prefeitura, FAS e Cohab.

Durante a marcha, organizada pela Frente de Organização dos Trabalhadores (FORT), com presença do Levante Popular da Juventude, jovens da comunidade Britanite puxaram uma batucada, e os instrumentos eram pandeiros, caixetas, repique e chocalho, os ritmos variavam entre o samba e o funk. Em alguns momentos os batuqueiros se esforçavam para acompanhar o cantor no microfone que puxava lentamente “Caminhando e cantando e seguindo a canção...”, dando outro significado e dialogando com a canção histórica de Geraldo Vandré, feita no período da ditadura militar no Brasil.

Certo era que quando o puxador começava “Eu só quero é ser feliz...” os olhos dos batuqueiros brilhavam, às vezes a batucada se atropelava para iniciar o ritmo de funk, expressão da euforia e do reconhecimento imediato com a letra da música.

Durante a reunião entre representantes das comunidades e do poder público, a batucada não parou, uma roda de samba improvisada envolveu o povo entre versos e afirmações da cultura popular, “Tem que lutar não se abater...” músicas acompanhada de palmas e sorrisos demonstrando na prática que toda boa luta tem seus bardos a postos no campo de batalha.

A mobilização popular segue, com ânimo e a constatação de que junto – e cantando – iremos mais longe.

Edição: Pedro Carrano


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